O colono
© zeluiz – aprendiz de poeta
Penteio os cabelos do milho e retiro sua palha
esmago os grãos dourados e do pó faço um assado
preparo um cigarro de palha com o fumo de rolo
e a fumaça espalha
me satisfaço com o bolo e fico bem alimentado
Arranco da terra roxa os casulos com os grãos
deixo secar ao sol e quebro suas casquinhas
torro e misturo com outros ingredientes usando as mãos
distribuo a criançada a mais gostosa paçoquinha
Logo bem cedo pela manhã me apresento no curral
sentado no banquinho, amarro as pernas traseiras
e encho o latão
do grosso caldo branco, alimento fundamental
e dele faço queijo e a manteiga para passar no pão
É o meu dia a dia na colônia da fazenda
onde a felicidade não tem vínculo com o dinheiro
não conheço governo, nem imposto de renda
seria bom demais se fosse assim no mundo inteiro.
PS - essa é uma homenagem ao meu querido amigo Zé Carlos, que entre milhares de outros, são trabalhadores incansáveis, cheios de sonhos, e fazem chegar até nós (no caso do ZC, um delicioso café, e produtos de primeira categoria de seu rebanho de corte)...
Parabéns, querido, e que Deus o abençoe sempre!!!
1 Comentários:
...obrigadão minha querida Angie por ter se lembrado de nós lavradores dos campos brasileiros... Sabe que não buscamos homenagens mas o reconhecimento das pessoas responsáveis pela vida de tantos trabalhadores que vivem conosco.
Mas no seu caso cabe agradecer pois é gentileza pura e bondade deste coração dourado que já conhecemos de tantos anos....
Um beijo do seu amigo....
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