Ah! Que saudade que eu tenho...

“Ah! Que saudade que eu tenho, da aurora da minha vida,

Da minha infância querida, que os anos não trazem mais...”

Ah! Que saudade que eu tenho, da mãe de minha vida,

Minha estrela guia querida, que sua morte não a traz mais...

Ah! Que saudade que eu tenho, de um tempo de pura inocência,

Espaço de crença e confiança onde cabiam:- Adultos não mentem e não dissimulam,

- Adultos assumem seus atos e cumprem o que dizem.

- Relações interpessoais são movidas por amor e compromisso,

- Relações políticas são movidas por serviço e responsabilidade.

- Pessoas não compram pessoas... pessoas não se vendem...

Ah! Como é gostoso acreditar que a vida é só bela.

Que dos canhões sairão flores,

Que das flores sairão frutos,

Que dos frutos, doces sabores.

Ah! Como é difícil e dolorido adentrar o outro lado da existência...

Como é triste e sofrido encarar o lado não belo da vida.

Encontrar canhões atirando para matar,

Descobrir que há flores que não são para dar frutos,

Conhecer que há frutas que não são de doces sabores.

Ah! Que saudade que tenho dos tempos de sonhos leves e gostosos...

Envoltos em nuvens brancas e luminosas de algodão ao mel,

Diferentes dos pesadelos cinzentos, escurecidos e amargos de fel.

Ah! Estrela de Belém, que um dia guiou os Reis Magos ao encontro da Luz, guiai-nos hoje também.Ilumina nossas dúvidas, nossos desencantos, nossas decepções,

Mostre-nos que ainda pode haver verdade nas manjedouras, quer as públicas, quer as privadas.